Como o Henrique (9) e o Frederico (4) têm adoração por bichos, optamos por levá-los para o Pantanal nas férias de julho para verem algumas espécies do Brasil em seu habitat natural. Como eles queriam algo mais “selvagem”, desistimos de Bonito e partimos para Miranda, no Mato Grosso do Sul, mais especificamente para a Pousada Refúgio da Ilha Eco Resort, localizada no delta do Rio Salobra, onde passamos cinco dias inesquecíveis.

 

Saímos de Curitiba/PR para Campo Grande/MS, num vôo da Gol que faz escala em Maringá/PR, bem tranqüilo e rápido (há fuso de uma hora). Depois fomos de carro até o Refúgio da Ilha, numa viagem de quase três horas (mas são apenas 11 km de estrada de chão). A Pousada oferece algumas opções de transfer e optamos pelo seu Flavio, um motorista bem experiente e que tem um carro grande e seguro – 67-9604-6301 / flavio.pantanal@hotmail.com. O valor do trajeto ida e volta saiu por R$ 700,00. Apesar de longa, é uma viagem que já foi nos transportando para o clima pantaneiro; cruzamos com uma anta na estrada, vimos muitos pássaros, pequenos animais, e o silêncio foi tomando o lugar daquele burburinho da cidade. Optamos por não fazer nenhuma parada e seguimos direto para a Pousada, onde o pessoal
já nos esperava com um delicioso almoço.

 

 

A Pousada

A pousada é rústica, térrea, como uma casa de fazenda, cercada pelo rio Salobra. São apenas oito apartamentos, mas bem completos para garantir o nosso conforto: camas ok, chuveiro honesto, ar condicionado, tela nas janelas (bem importante), limpeza sem deixar nada  a desejar. A comida nos surpreendeu positivamente, pois apesar de estarmos a três horas de Campo Grande, havia opções de pratos para vegetarianos, intolerantes a glúten e lactose (como eu!), quem não come ovo, quem só come carne, enfim, pronta para receber os gringos mais exigentes. Aliás, só havia mais duas famílias de brasileiros quando estivemos lá. As outras eram de turistas europeus. A única pena foi que em nenhum dia tivemos a chance de comer um peixe, mesmo com tantos rios nas redondezas. O pessoal que trabalha na Pousada é muito hospitaleiro, a ponto de nos fazer sentir em casa! A geladeira com bebidas fica aberta durante o dia todo, e você mesmo marca o que consumir. O celular não pega, mas há uma sala que tem wifi gratuito.

A programação

O esquema da Pousada nos agradou bastante porque cada família tem o seu próprio guia, o que permite que os passeios sejam dentro do ritmo de cada um, bem exclusivos. Afinal, quem viaja com crianças sabe do que eu estou falando. E ainda tivemos a sorte grande de ter o Ari como nosso parceiro, um índio de uma tribo próxima a Miranda. Gentil, simpático, conhecedor profundo da fauna e da flora do local, um querido que acabou ficando bem amigão das crianças. Os passeios são realizados a cada turno (duram quatro horas, em média), ou seja, dois por dia, além da focagem de jacaré à noite. São tantos jacarés, e tão perto, que ao final do segundo dia a gente nem dava mais bola
pra eles – brincávamos que já faziam parte da paisagem! 
São passeios de barco, de jipe, cavalgadas, canoagem, caminhadas, banho de rio, mergulho com snorkel. Em alguns deles, o Frederico estava tão exausto, que acabava dormindo na volta. E sempre vimos animais incríveis, mas tinha que ser na sorte, pois eles estão
soltos na natureza (é bem longe de ser um zoológico). Nos deparamos com macacos, lontras, tuiuiú, capivara, tamanduá-bandeira (foram quatro horas de buscas até enfim encontrá-lo – para alegria de todos e alívio das mães!), e apenas pegadas de onça (não vimos nenhuma, mas um casal com quem encontramos teve a sorte de avistar uma delas em cima de uma árvore!). Nesses passeios, o
silêncio é de ouro para não afugentar os bichos.
E as paisagens são de tirar o fôlego, cada pôr-do-sol… (pegamos uma época sem chuva). Um verdadeiro presente aos sentidos.

 

 

Na mesma época que estávamos na Pousada, chegou uma equipe da National Geographic – para delírio da criançada – em busca de filmar uma espécie de jacaré daquela região. O sonho de profissão para o espírito de explorador do Henrique. E ele também ganhou do Léo, filho da dona da Pousada, um Guia de Observação de Pássaros e, todos os dias, muito cedo, lá ia ele com seu livrinho fotografar os pássaros que avistava. Tomou paixão pela coisa. Tanto que está voltando esse ano com o avô para o mesmo lugar!

 

Algumas dicas:

 

  • não deixe de tomar, de preferência um mês antes de viajar, o complexo de vitamina B para repelir os insetos. No caso do Henrique que é bem alérgico, ele até foi mordido, mas não teve coceira e nem sinais de alergia.
  • leve botas daquelas tipo sete-léguas. Seu tênis agradece!
  • o repelente tem que ser poderoso. Depois do banho de rio, parece que você é o prato que os mosquitos estavam esperando.
  • e por falar em atrair insetos, não leve camiseta de cor escura. Elas atraem os bichinhos sedentos pelo seu sangue.
    Camisetas de manga comprida são mais adequadas para sair nos passeios, mesmo no calor. Um casaco impermeável é uma boa pedida, pois no final da tarde a temperatura cai e chega a dar um friozinho.
  • a máquina fotográfica tem que estar sempre por perto, pois é tudo muito surpreendente. Binóculo , lanterna e protetor solar também são bem úteis.
  • apesar de sobrar pouco tempo, um bom livro é sempre bem-vindo naqueles momentos de descanso, entre um passeio e outro, ou antes do jantar.

 

Fernanda é mãe do Henrique (10 anos) e do Frederico (4 anos)
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